A solução para todos os seus problemas! 🔑
Soluções, problemas e o culpado por todos eles.
Edição 26
Nota do artista
Quantas preocupações passam por nossa mente diariamente? Com quantos problemas novos temos que lidar por dia? Fora os antigos, que parece não importar o nosso esforço, eles insistem em não sair das nossas vidas.
Essa semana, fiquei me perguntando quantos dos problemas que absorvem minha energia são reais, e quantos deles eu inventei por causa da minha visão embaçada da vida e o meu ego gigantesco.
Reais, ou não, eu desejo que essa semana você consiga lidar melhor com seus problemas, e que essa edição te ajude de alguma forma com isso. Quem sabe te trazendo alguma clareza sobre o que realmente te aflige atualmente.
E se tudo der certo, você até consiga descobrir quem é o culpado pela maioria dos seus problemas. A dúvida que fica é: E se o culpado for você mesmo? A boa notícia é que você também é a solução.
Abraço, e uma semana cheia de soluções para os seus problemas!🔑
“Cada pessoa merece um dia em que não haja nenhum problema para ser confrontado, em que nenhuma solução tenha de ser buscada. Todos nós precisamos nos afastar das situações que não se afastam de nós.”
Maya Angelou
Crônica Ilustrada
Eu e os meus problemas
Quem você seria sem os seus problemas? Outro dia li essa frase em algum lugar na internet, não sei se no Pinterest ou no Instagram, mas ela tava por aí, solta em alguma imagem aesthetic. Naquele dia, ela me fez refletir. E hoje, que a insatisfação quis dar as caras por aqui, essa reflexão me veio de novo à mente.
Me pergunto quem seria eu sem essa pressa que eu tenho de fazer as coisas darem certo, sem essa vontade de chorar que bate quando penso nisso. Quem seria eu sem essa pressão que coloco em mim mesmo para criar algo legal, para escrever este texto e todos os outros que ainda tenho pela frente.
Quem seria eu sem a falta de dinheiro, sem o medo de um futuro incerto, sem as dívidas no banco. Quem seria eu sem o desejo de ter o novo iphone e a viagem que a agência de viagens me disse que seria a dos sonhos. Quem seria eu sem os meus desejos que mais me aprisionam do que me libertam.
Quem seria eu sem essa necessidade de ser lido, sem essa vontade louca de fazer minha voz ser ouvida enquanto eu ainda me sinto preso dentro de uma gaiola, procurando de qualquer maneira encontrar a chave que vai me fazer ser livre dela.
Me pergunto se eu deixo meus problemas me definirem, se quando muito envolvido pelas preocupações acabo dizendo que sou ansioso ao invés de tenho ansiedade. Porque quando me identifico com o problema, anulo todas as possibilidades de mudança, coloco nas mãos das circunstâncias o decreto do meu fim.
E se você nunca pensou sobre isso, te convido a fazer essa experiência. Quem seria você sem a relação tóxica que você insiste em carregar nas costas, sem o emprego que você odeia, sem o desânimo de uma faculdade que você não tem entusiasmo algum para frequentar? Quem seria você sem o medo que hoje te paralisa?
Refletir sobre quem eu seria sem as preocupações que hoje rondam a minha mente me faz visualizar a vida que eu quero ter. Me faz pensar na versão ideal de mim mesmo. Me faz querer usar melhor minha imaginação. Tento imaginar como eu agiria sem os problemas que tenho atualmente. Faço um esforço para tentar entender se eu não conseguiria ter esse comportamento agora, essa postura de quem não tem a mente anuviada pelas questões que me perturbam.
Mas isso não é algo tão simples de se fazer, até porque alguns problemas exigem soluções que não dependem apenas do nosso esforço, principalmente quando já nos esforçamos demais para sair deles. São soluções que exigem tempo para se concretizarem e que por sua vez pedem da gente muito autocontrole e maturidade para entender que tudo é processo.
Talvez a solução não esteja bem em se livrar dos problemas, mas passar a enxergá-los de uma outra forma, começar a tirar o peso que a gente coloca em cima deles. E me parece que a gente só consegue fazer isso quando passa a aceitá-los, não como parte de quem somos, mas como uma etapa no nosso processo de crescimento.
Mas se tem uma coisa que ficou comigo depois da reflexão que essa frase me despertou, foi o medo. O medo de descobrir que o maior problema não eram as coisas que me faltavam ou os defeitos das pessoas com quem eu convivia, mas sim, eu mesmo. Nesse caso, a pergunta talvez tivesse de ser refeita: Quem seria eu se eu me tirasse da frente dos meus problemas?
Desdobramentos
Conteúdos que nasceram a partir desta edição.
🎙️ Esse foi um episódio de podcast em que definitivamente tive que me tirar da frente do problema para poder conseguir gravá-lo. Explico mais sobre isso no final do episódio, dá o play pra escutar.
Novidades
Semana passada saiu minha crônica de novembro lá no site Escritor Brasileiro. No texto, eu compartilho sobre uma percepção que me veio em meio a última mudança de casa que fiz.
Enxergar todos os meus pertences na mala de um carro me fez questionar quem eu sou de verdade. Se quer saber como cheguei à essa reflexão, clica na imagem a seguir e vai lá no site dar uma lida. Não esquece de comentar dizendo o que você sentiu.
“Um carro cheio de objetos meus e nada ali era eu. E quem sou eu, então? Quem sou eu que todo dia levanta e escolhe uma entre as roupas que eu tenho e que foram feitas em larga escala para qualquer um? Quem sou eu que pensa que está sendo autêntico ao compartilhar uma postagem no Instagram? Quem sou eu que acha que meus gostos são melhores que os seus?”
O tom da edição
E entre todos os problemas que afligem nossas vidas, só nos resta uma coisa: nos responsabilizarmos por eles. Porque assim como canta o Dani Black em O Que Você Criou: “O problema que você criou é o problema que você vai ter, se acreditou bem lá do fundo, é esse o mundo que você vai ver.” 🍃
Uma palavra e uma pergunta
✨ Responsabilidade. Como você se sentiria se descobrisse que você é o problema, mas também é a solução?